Os indicadores têm por objetivo acompanhar o desempenho do setor cloro-álcalis no longo prazo. As empresas do setor sempre ratificam a sua meta de promover o crescimento sem perder de vista o desempenho socioambiental e o seu compromisso com a sustentabilidade.
1. Empresas do setor: tecnologias de produção e capacidade instalada
Cloro e soda cáustica ou potassa cáustica são produzidos por eletrólise utilizando três principais tecnologias industriais: células a mercúrio, células de diafragma e células a membrana. A tecnologia mais utilizada pelo setor em 2013 foi a de diafragma (63% da capacidade instalada, sendo 9% diafragma sem asbestos e 54% com crisotila), seguida pela tecnologia de membrana (23% da capacidade instalada) e mercúrio (14% da capacidade instalada).
2. Nível de utilização da Capacidade
Atualmente, a capacidade instalada para cloro é de 1.548,6 mil toneladas/ano e para soda cáustica é de 1.689,8 mil toneladas/ano. Ao longo dos 12 meses de 2013, a taxa média de utilização da capacidade instalada foi de 83%, sendo que a maior taxa ocorreu no mês de Julho: 88,2%.
Em condições normais, o setor opera com taxas superiores a 87%. Nos últimos três anos, a utilização média da capacidade anual foi prejudicada por problemas no fornecimento de energia elétrica (apagões).
3. Cloro e Soda – principais aplicações
A cadeia produtiva de cloro e soda inicia-se com a eletrólise da salmoura de cloreto de sódio ou de potássio. Nesse processo, são produzidos além de cloro e soda cáustica (hidróxido de sódio) ou potassa cáustica (hidróxido de potássio), o hidrogênio, o ácido clorídrico e o hipoclorito de sódio.
As aplicações do cloro são muito diversificadas: participa na produção de 60% de todos os produtos químicos de relevada importância comercial e de 85% dos produtos farmacêuticos. Para ilustrar a diversidade de setores econômicos onde o cloro tem participação no processo produtivo, podemos citar: DCE - dicloroetano (matéria-prima na fabricação de resinas de PVC), óxido de propeno (utilizado na produção de espumas para fabricação de colchões e estofados), ácido clorídrico, hipoclorito de sódio, tratamento de água, produtos farmacêuticos, defensivos agrícolas, entre outros.
As aplicações da soda também são bastante diversificadas, destacando-se como as mais importantes: papel e celulose, química e petroquímica, metalurgia (produção de alumina para a indústria do alumínio), sabões e detergentes, indústria têxtil e alimentos.
Os gráficos a seguir mostram o comportamento do consumo de cloro e soda cáustica em 2013, por segmento:
4. Faturamento/impostos
Parte significativa da renda gerada pela indústria de cloro-álcalis é transferida ao governo na forma de impostos e contribuições sociais.
Os gráficos abaixo mostram a evolução do faturamento líquido e dos impostos arrecadados pelo setor nos últimos anos.
5. Insumos: energia elétrica, sal marinho ou salgema
A energia elétrica é o principal insumo na indústria de cloro-álcalis, denominada eletrointensiva, e sua participação no custo total de produção gira em torno de 45%. Por esta razão, a indústria de cloro-álcalis depende da segurança no fornecimento de energia a um custo competitivo. O alto preço da energia elétrica do país tem comprometido a competitividade do setor.
O preço da energia elétrica em nível internacional pode ser observado no gráfico a seguir:
Em 2013, para a produção de 1.247,9 mil toneladas de cloro, foram utilizados 4.005,7 GWh de energia elétrica ou 3,2MWh por tonelada de cloro produzido.
O outro importante insumo utilizado na produção do setor de cloro-álcalis é o sal, que pode ser de origem marinha ou salgema. Em 2013, foram utilizadas 2.381,4 mil toneladas de sal na produção do setor. 61% foram provenientes das minas (salgema), consumo específico de 2,2 e 39% do mar (marinho), consumo específico de 1,7.
Os gráficos a seguir mostram a evolução do consumo específico de energia (MWh por tonelada) e sal (t/t) pelo setor cloro-álcalis nos últimos anos.
6. Hidrogênio
O gás hidrogênio gerado durante o processo de eletrólise como coproduto de cloro e soda é de alta qualidade e pode ser usado, tanto como matéria-prima ou como combustível, na geração de vapor de processo. A indústria tem utilizado esse gás com aproveitamento superior a 80%, o que é considerado um bom indicador.
7. Segurança, saúde e meio ambiente
A segurança no trabalho é uma preocupação constante do setor cloro-álcalis, que vem investindo intensamente na prevenção de incidentes e acidentes. Esta preocupação se aplica tanto para os colaboradores próprios como para os contratados, adotando-se em ambos os casos as mesmas políticas de segurança e proteção, sem distinção.
Na mesma linha se encontram a segurança e atualizações dos processos produtivos. No sentido de reduzir incidentes ou perdas de produção e melhorar a competitividade, o setor procura acompanhar as melhores práticas de mercado e adotar os avanços tecnológicos disponíveis na prevenção de impactos ao meio ambiente, na segurança e saúde no trabalho.
O gráfico a seguir mostra a frequência de acidentes com afastamento no setor cloro-álcalis. Em 2011, um aumento do número de eventos ocorridos em unidades de produção, elevaram expressivamente esse indicador. O setor vem trabalhando exaustivamente na prevenção desses incidentes/acidentes através de treinamentos, inspeções e motivação de seus colaboradores com o firme propósito de melhoria desse indicador, tanto que já podemos observar a tendência de redução dos acidentes em 2012 e 2013.
8. Segurança no Transporte de Produtos do setor cloro-álcalis
Há 17 anos, a Abiclor realiza o encontro anual dos transportadores onde são discutidas as melhores técnicas e práticas para a segurança no transporte dos produtos do setor.
O indicador a seguir demonstra o esforço que as empresas do setor têm dispendido para a redução de acidentes verificados no transporte de cloro, soda e derivados. Nos últimos anos, o setor diminuiu consideravelmente a sua taxa de frequência de acidentes.
Relatório Anual 2014