Na visão dos especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a água de reúso é a solução mais barata e viável para a crise hídrica vivida em São Paulo. Relatório entregue à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em dezembro de 2014, indica que, em dez anos, seria possível criar um sistema que reutilizasse cerca de 10 metros cúbicos por segundo, suficiente para abastecer 3,5 milhões de habitantes.
Pelo projeto, o esgoto seria transformado em água potável, o que significaria uma independência hídrica e milhões de reais poupados em recursos. Segundo o professor de Hidrologia da Universidade de São Paulo e autor do relatório Ivanildo Hespanhol, essa é a única alternativa que temos no momento. “Ainda estamos vivendo os mesmos paradigmas dos romanos. Trazendo água cada vez de mais longe, de áreas que já estão com estresse hídrico”, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
O projeto, dividido em três fases, com metas para 2020, 2025 e, por fim, 2035, é estimado em R$ 3 bilhões. Para Antonio Eduardo Giansante, especialista em recursos hídricos, “o reúso aumenta a segurança hídrica da região e dá novas opções de abastecimento, mas mesmo assim precisamos de todas as medidas em conjunto. Elas não se excluem”.
Se depender do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a água de reúso deve chegar à torneira do paulistano a partir de dezembro de 2015. No fim do ano passado, ele anunciou a construção de duas novas Estações de Produção de Água de Reúso (Epar) para tratar o esgoto e depois despejar a água na Represa do Guarapiranga, na zona sul, e no Rio Cotia, em Barueri.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 15/02/15