Mauricio Russomano*
A aprovação do novo marco legal para o saneamento básico no Senado, com 65 votos a favor e 13 contra, além dos benefícios inúmeras vezes mencionados em termos de saúde e melhores condições de vida para milhões de brasileiros, terá impacto econômico positivo para a indústria de cloro-álcalis. A produção de cloro, usado no tratamento de água e esgoto, é essencial para que o País consiga atingir as metas previstas de universalização de saneamento até 2033. O projeto segue agora para sanção presidencial.
O Plano Nacional de Saneamento básico prevê expressivo aumento no fornecimento de água potável e coleta e tratamento de esgoto à população. Para isso, será necessário construir novas estações de tratamento e ampliar a rede de tubos e conexões de PVC, que contêm cloro em sua composição. Somado à demanda por produtos usados no tratamento de água e efluentes, a estimativa é que seja necessário ampliar a produção de cloro em 700 mil toneladas, 40% mais do o volume atual, conforme estudo realizado em 2014 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (FIPE).
Para cumprir a meta de universalização do saneamento básico e realizar investimentos, a indústria de cloro-álcalis precisa de energia competitiva e acesso a linhas de financiamento.
Para cumprir a meta de universalização do saneamento básico e realizar investimentos, a indústria de cloro-álcalis precisa de custo mais competitivo de energia e acesso a linhas de crédito.
A segurança jurídica e regulatória proporcionadas pelo novo marco legal são fundamentais para a atração de investimentos, estimados pelo governo em R$ 700 bilhões até 2033, para que o setor obtenha ganhos de escala e maior eficiência. A abertura à iniciativa privada trará também mais inovação para uma área que é considerada como umas da mais atrasadas em termos de infraestrutura.
Com este importante avanço, esperado há quase dois anos, melhoraremos a eficiência e eficácia dos investimentos em saneamento, fazendo com que as instalações e serviços cheguem a uma parcela maior da população.
A universalização dos serviços de saneamento trará benefícios indiretos muito relevantes para o País, na medida melhorará a saúde da população exposta, reduzindo assim os custos de saúde pública, impactará na educação, turismo, valorização de moradias, criação de empregos e arrecadação de impostos. Há estudos que mostram o potencial impacto econômico e social trazido pela expansão do saneamento na ordem de R$ 1 trilhão nos próximos 20 anos.
*Mauricio Russomano é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor)