Desta vez vamos falar bem do mosquito Aedes aegypti!
Uma pesquisa liderada pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos EUA, mostrou que o mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya, tem em sua saliva uma proteína que pode auxiliar no tratamento de doenças inflamatórias intestinais.
Um peptídeo (pequena proteína) foi encontrado em maior quantidade na saliva de mosquitos fêmeas de Aedes aegypti, e se mostrou eficaz, em fase de testes, para o tratamento da colite, uma doença inflamatória do intestino, informa o Jornal da USP. O trabalho foi publicado na revista científica Frontiers in Immunology.
A administração terapêutica de uma versão sintética do peptídeo em camundongos doentes resultou em diversos sinais de melhoras no organismo do animal. Os cientistas mostraram, também, que o peptídeo puro tem sua expressão aumentada em 30 vezes nas glândulas salivares de mosquitos fêmeas quando comparada aos machos, e sua secreção na saliva do inseto induz à produção de anticorpos específicos em animais expostos à picada dos mosquitos.
Segundo o Jornal da USP, nos últimos 30 anos, diversos grupos de pesquisa vêm estudando as propriedades da saliva do Aedes e já foi possível demonstrar a sua importância e de suas moléculas isoladas em reações alérgicas, agregação plaquetária, vasoconstrição e coagulação sanguínea. Porém, até a conclusão deste trabalho, havia poucas informações sobre as atividades biológicas da saliva sobre a inflamação e a imunidade do hospedeiro.
“No futuro, pensamos em propor essa molécula como potencial terapia não somente para esta doença, mas para outras doenças inflamatórias e autoimunes”, disse o professor do ICB Anderson de Sá-Nunes ao Jornal da USP.
Fonte: Jornal da USP