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Queda dos investimentos continua a puxar PIB para baixo

O Produto Interno Bruto (PIB) fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Com isso, o Brasil registra o sétimo trimestre seguido de retração da economia. No acumulado do ano até setembro, o PIB recuou 4% em relação a igual período de 2015, maior queda para esse período desde o início da série em 1996. Nos últimos 12 meses, a retração alcançou 4,4%.

Na análise dos subsetores da economia, a agropecuária teve retração de 1,4% no período, a indústria caiu 1,3% e o setor de serviços registrou queda de 0,6%. Os dados do IBGE mostram ainda que o consumo das famílias caiu 0,6% e o do governo, 0,3%. No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 2,8% e as importações recuaram 3,1%.

A coordenadora das Contas Nacionais, Rebeca Palis, ressaltou que a economia brasileira está tendo taxas negativas há sete trimestres consecutivos, ou seja, desde o começo do ano passado. “Em 2014, a gente tinha a indústria em queda e os serviços e a agropecuária ainda subindo. O consumo das famílias também crescia e tem papel relevante no PIB. Em 2015, a queda se disseminou pela economia, mas a agropecuária ainda continuava com crescimento. Agora em 2016, todas as grandes atividades econômicas, tanto a agropecuária quanto a indústria e os serviços, estão em queda. A agropecuária foi influenciada pelas quebras de safra por causa do clima desfavorável”.

Os investimentos na economia, importante indicador para a capacidade produtiva futura do País, continuam em queda e representam um dos principais fatores a puxar para baixo o PIB. No terceiro trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo (que são os investimentos) recuou 3,1%. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou queda de 13,5%.

“Vimos um recuo importante dos investimentos em função da queda nas importações de bens de capital (máquinas e equipamentos), o que tem a ver com as expectativas e com o aumento dos juros reais, o que reflete no crédito. E a gente continuou tendo desempenho negativo da construção civil, que também impacta negativamente nos investimentos”, afirmou Rebeca Palis.

Fonte: Agência Brasil