A indústria de cloro-soda espera aumentar a utilização da capacidade instalada de 83% para 85% neste ano para melhor aproveitar a energia de seus contratos. A expectativa foi apresentada por Martim Penna, diretor executivo da Abiclor, em entrevista para o portal Brasil Energia. . “O quilowatt-hora mais caro para nós é aquele não usado. Quanto mais se usar a capacidade, mais o custo cai”, afirma Penna.
O desempenho do setor, que em 2013 ficou em 83% e abaixo da média histórica de 87%, tem sido prejudicado pela qualidade da energia, com o registro de interrupções de fornecimento e blecautes na região Nordeste e no Espírito Santo, onde há importantes companhias do setor, como Braskem, Dow e Canexus.
A meta de aumentar a utilização da capacidade instalada, porém, pode ser prejudicada pelo atual cenário. “Estamos sofrendo com o aumento dos encargos sobre o sistema (ESS), maiores por causa dos despachos térmicos e da baixa dos reservatórios”, afirma Martim. De janeiro a agosto de 2013, o setor gastou com encargo R$ 21 milhões. Na média, isso significou um acréscimo médio superior a 6% ao mês com energia elétrica. Em determinados meses, como fevereiro e junho, a elevação foi próxima a 10%.
Os encargos sobre o sistema, segundo o executivo da Abiclor, “comeram” a redução na tarifa da eletricidade do início de 2013. Além disso, Martim acredita que esses valores devem continuar a subir neste ano, levando em conta a análise da reserva hidrológica. “Apesar de focado no aumento da produção, o setor está preocupado, mesmo que haja queda no PLD. Isso sem falar do iminente risco de apagões e apaguinhos.”
Fonte: Brasil Energia, publicado em 25/02/2014.