A iniciativa tem foco na preservação dos recursos hídricos e mostra a história do Rio Pinheiros
Nas próximas semanas, os visitantes de três parques da cidade de São Paulo terão a oportunidade de conhecer a carreta “Somos Água”, uma plataforma móvel de educação preparada com games, cinema 270º e material audiovisual interativo. Todas essas atrações têm o conteúdo direcionado para a conscientização sobre a importância da preservação dos recursos hídricos, mostrando a jornada da água desde a chuva que cai nos mananciais e a captação para tratamento e consumo.
Um dado que justifica a ação para conscientizar a população sobre essas questões é o montante de esgoto sem tratamento despejado na natureza, no Brasil. Segundo os cálculos do Instituto Trata Brasil, o volume diário desse material despejado em córregos, rios, afluentes, mangues e mananciais é equivalente a mais de cinco mil piscinas olímpicas.
A estatística negativa é consequência da precária oferta de coleta de esgoto, atualmente disponível para 55% da população, em 2020. Todavia, do esgoto coletado, pouco mais de 20% não são tratados (Leia mais).
O projeto “Nossa Água” estará no Parque Villa-Lobos até 10 de fevereiro. Em seguida, a carreta será transferida para o Parque da Juventude (11 a 18/02) e para o Parque Várzea do Tietê (22/02 a 4/03). Em todos os parques o horário de funcionamento da atração é das 8h às 17h. O acesso é gratuito e o uso de máscaras é obrigatório.
Rio Pinheiros
Com 25 quilômetros de extensão, o Rio Pinheiros é um dos cursos d’água mais importantes para a história da cidade de São Paulo. Situado na Zona Sul da capital, o rio é margeado por vias expressas que suprimiram parte da mata ciliar, antigamente formada com grande quantidade de araucárias. O seu curso original também sofreu drástica intervenção humana com a construção da represa Billings, em 1920, alterando a disposição do encontro das águas dos Rios Jurubatuba e Guarapiranga, onde o Pinheiros se forma.
O projeto “Nossa Água” oferece aos visitantes um meio moderno e agradável de acompanhar essa história. Um dos espaços da carreta “Somos Água” está equipado com sistema de realidade virtual com óculos 3D cujo conteúdo mostra as transformações da paisagem no entorno do rio e a forma como isso afetou a qualidade das águas.
No século passado, o despejo de esgoto sem tratamento e até de rejeitos industriais, bem como resíduos sólidos urbanos, degradou consideravelmente o rio. Os afluentes também sofreram o mesmo processo de poluição, compondo uma verdadeira cadeia de destruição ambiental que contribuiu para a deterioração do Rio Tietê, onde o Pinheiros desagua.
Na década de 1970, a bacia do Rio Pinheiros recebia rejeitos de aproximadamente 290 indústrias e dejetos de cerca de 400 mil famílias, de acordo com estimativas de Decretos Estaduais da época. Em 2009, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) avaliou o Pinheiros com o Índice de Qualidade das Águas (IQA) em nível 28 (Ruim) na saída da Represa Billings, e 20 (Ruim) no deságue no rio Tietê. Nessa escala, Bom e Ótimo começam nas marcas de 53 e 81, respectivamente.
A carreta “Somos Água” também traz informações sobre o projeto Novo Rio Pinheiros, um programa do Governo do Estado, com participação da Sabesp, que promete despoluir o rio até o final de 2022. Essa medida, com a implementação de um parque linear com ciclovia, pretende integrar o curso d’água à vida da cidade.
