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Indústria do setor de cloro-álcalis brasileira pode se beneficiar da política mundial de carbono

Política mundial de carbono

A indústria química brasileira reduziu em 44% as emissões de gases de efeito estufa entre 2006 e 2016, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo (Sinproquim), contribuindo para a descarbonização da economia e para o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais. O setor está na vanguarda neste segmento no país e pode se beneficiar com a estruturação de política mundial de carbono, que está em discussão nos fóruns internacionais.

Para falar sobre o tema, os representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Márcio Henrique, gerente de Inteligência de Mercado, e Fábio Rego Ribeiro, head de Mercado de Carbono, realizaram a palestra “Política de Carbono – Investimentos verdes e mercado de carbono”, no dia 22 de novembro, durante o 12º Seminário Técnico Internacional e Table Top Expo & Safety Workshop 2022. Cerca de 170 participantes provenientes de 22 países, que prestigiaram o evento, puderam acompanhar a apresentação e conhecer a política de fomento do banco para projetos voltados para o desenvolvimento sustentável. 

Segundo os profissionais, a atuação do BNDES tem potencial para ajudar a superar os desafios do setor por meio do desenvolvimento de novas modalidades de apoio com base em créditos de carbono, atuando por meio de aquisições diretas ou indiretas, estruturação de projetos e como garantidor em operações.

Esse mercado ainda é considerado muito complexo e precisa superar diversos desafios devido à baixa padronização, precificação heterogênea, necessidade de sinalização de demanda forte e transparente, entre outras características. “O Brasil precisa fazer parte das discussões e das soluções referentes ao mercado de crédito de carbono. O BNDES tem papel estratégico no desenvolvimento desse segmento no país e apoiará projetos de alta qualidade”, explicou Ribeiro. Para contribuir com o avanço dessas iniciativas, o banco fará uma seleção criteriosa de projetos – o que, de acordo com os representantes do BNDES, facilitará o acesso de novos players ao mercado e servirá de estimulo para projetos com maior grau de integridade e qualidade. 

Em relação às questões de legislação para o mercado de carbono, de acordo com os palestrantes, o BNDES terá papel estratégico em articulações de ações junto ao governo, empresas e demais entes para a estruturação desse mercado, promovendo mais transparência e compatibilidade. “O BNDES tem entre os seus objetivos estimular investimentos que possam ser transformadores por meio de financiamentos e investimentos de empresas, como o projeto piloto que está estimulando a produção de hidrogênio verde”, explica Marcio Henrique, gerente de Inteligência de Mercado.

O hidrogênio verde é a grande aposta para a transição de uma economia baseada em combustível fóssil para uma de baixa emissão de carbono. E as indústrias do setor de cloro-álcalis terão papel estratégico na produção desse combustível do futuro. Essa relação ocorre porque para a produção de insumos como o cloro, principal produto para o processo de tratamento de água e de esgoto, necessariamente há a produção de hidrogênio, por meio de um processo conhecido como eletrólise, que consiste na passagem de corrente elétrica em uma solução de salmoura. E, com a utilização de fontes energéticas renováveis nas plantas produtivas, o hidrogênio proveniente das indústrias de cloro-álcalis é classificado como verde.

As associadas da Abiclor têm investido fortemente em projetos que visam diminuir a pegada de carbono em toda a cadeia produtiva, passando pela busca de fontes de energia renováveis e limpas em um processo de transição energética eficiente e economia circular, de forma que os produtos possam ser reciclados e reinseridos novamente no processo produtivo. Com a evolução do mercado de carbono, essas indústrias poderão se beneficiar, buscando inclusive a neutralidade de carbono.

Política mundial de carbono
Indústria do setor de cloro-álcalis brasileira pode se beneficiar da política mundial de carbono