Estudo realizado por um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e publicado pela revista Science Advances indica que a baixa ingestão de proteínas por mães contaminadas pelo vírus da zika está ligada à malformação de fetos. De acordo com a pesquisa, os casos de microcefalia relacionados ao vírus se concentraram no Nordeste pelo fato de a região apresentar grande prevalência de desnutrição.
O mais lesivo dos efeitos decorrentes da contaminação pelo vírus da zika, a síndrome congênita que provoca malformações do feto, surge mais frequentemente em famílias com deficiências alimentares. Gestantes cuja dieta apresenta níveis insuficientes de proteína estão propensas a sofrer alterações na estrutura da placenta, impactando o crescimento do embrião e, consequentemente, favorecendo malformações do bebê.
A hipótese foi verificada a partir de testes realizados pelos cientistas em camundongos, e o trabalho revelou que, dentre as roedoras infectadas por zika, somente aquelas que foram alimentadas com ração de baixa proteína tiveram filhotes com microcefalia. E a tendência entre seres humanos foi confirmada através de dados epidemiológicos, que revelaram um porcentual de 40% de mães que tiveram filhos com a chamada síndrome congênita da zika e que também apresentavam desnutrição proteica.
Fontes: Estadão, O Globo e Uol.