Segundo dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades, apenas 48,6% dos brasileiros têm acesso à rede coletora de esgoto, enquanto somente 39% do total de efluentes gerados pelo País recebem tratamento adequado. Em tese, o Brasil deixa de coletar e tratar mais da metade dos esgotos que gera.
No País, a expansão das redes coletoras de esgoto é mais lenta do que a expansão do abastecimento de água potável. Segundo dados do Ministério das Cidades, mais de 80% da população recebe água dentro dos padrões de segurança e qualidade na torneira de casa, índice superior ao de coleta de esgoto. O presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, afirma que há uma total incompatibilidade entre o desenvolvimento econômico brasileiro e o saneamento. “Em termos de esgoto, o Brasil parou no século 19.
Descuidamos totalmente. Passamos décadas sem tratamento, usando a diluição na água como solução. Seguindo a ideia do ‘Joga no rio que o rio resolve’, transformamos nossos rios em lixões a céu aberto. Agora, colhemos os frutos dessa política”, afirmou em entrevista ao site Exame.com.
Apenas em 2007 foi que o Brasil estabeleceu diretrizes nacionais para o saneamento básico. E foram precisos mais seis anos para ser aprovado, em 2013, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que prevê a universalização do acesso à água potável nas áreas urbanas no decorrer dos próximos dez anos. Já para coleta e tratamento de esgoto, a meta é atender 93% das áreas urbanas até 2033, no melhor cenário, algo ainda distante para a situação atual.
Fonte: Exame.com, 03/02/15