Edson Victor de Souza*
A demanda global por água deve crescer 55% até 2050, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Neste ritmo, a busca por esse recurso natural provocará impactos econômicos, sociais e ambientais incalculáveis, comprometendo o futuro da humanidade.
Mesmo no Brasil, tido um dos poucos países a dispor de amplos recursos hídricos, não está livre dessa ameaça. Os sistemas de abastecimento dos nossos municípios têm uma ampla e crescente lista de demandas. Elas começam pelas necessidades mais básicas do cidadão, passam pela produção agrícola e chegam até o abastecimento industrial e à geração de energia. As cidades precisam correr contra o tempo para garantir um abastecimento adequado aos seus moradores num futuro próximo.
Essa pauta ainda está distante das discussões nas cidades, segundo a pesquisa “Saneamento Básico – Regulação 2013”, que aponta: mais de 50% dos municípios não controlam os serviços de abastecimento de água tratada e saneamento básico. Só 2.716 (48%) de um total de 5.570 cidades brasileiras têm atividades de fiscalização e acompanhamento da qualidade desses serviços e de definição de regras para os reajustes de tarifas.
Para reverter esse quadro, os governos podem estimular empresas e municípios a adotarem sistemas eficientes da gestão da água, que devem começar fazendo um diagnóstico detalhado dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Foram apontadas soluções para reduzir em média 20% dos custos com o setor. Para ampliar ações de gestão adequada dos recursos hídricos, as autoridades governamentais podem ainda ampliar as informações, de maneira simplificada, para pequenas e médias empresas.
Garantir fontes de abastecimento de água com preservação ambiental é o grande desafio não só de gestores públicos como de toda a sociedade. Antes impensável, a possibilidade de escassez de água está cada vez mais presente no nosso cotidiano e é preciso empenho para reverter esse quadro. Caso contrário, estaremos colocando em risco a sobrevivência da humanidade.
* Diretor comercial da Hagaplan
Fonte: DCI – publicado em 3/12/2013