O nível de utilização da capacidade instalada das empresas do setor químico de uso industrial em julho foi de 65%, pior índice registrado desde que a Abiquim iniciou o levantamento deste indicador em 1989. De janeiro a julho deste ano, o nível de utilização da capacidade instalada foi de 70%, seis pontos abaixo do índice registrado em igual período do ano anterior, resultando em um nível de ociosidade de 30%, pior desempenho dos últimos dez anos.
Segundo a Abiquim, o baixo nível de utilização da capacidade instalada se deve à falta de competitividade gerada pelo preço das matérias-primas e energia, as deficiências logísticas e a alta carga tributária.
Para piorar o cenário, o consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais importações menos as exportações, dos produtos químicos de uso industrial exibiu recuo de 6,2% de janeiro a julho de 2019, sobre igual período do ano passado. Desta forma, a produção local vem perdendo espaço para o produto importado e na média dos 12 últimos meses 40% dos produtos químicos de uso industrial comercializados no Brasil foram importados, maior percentual dos últimos 30 anos.
A desaceleração da atividade química também pode ser observada nos resultados dos últimos 12 meses encerrados em julho de 2019, sobre os doze meses imediatamente anteriores: o índice de produção recuou 4,23% e o índice de vendas internas caiu 2,46%. O CAN teve diminuição de 1,4%, também acelerando o declínio sobre os doze meses anteriores, ocasião em que o índice se manteve estável.
Apesar do cenário de curto prazo nada animador, a indústria química está otimista com o lançamento do programa Novo Mercado de Gás, divulgado pelo governo federal em julho, que traz perspectivas e novos cenários para o setor, maior usuário entre os segmentos industriais do gás e o único que utiliza o produto como matéria-prima. Além disso, o setor aguarda as reformas da previdência e tributária, especialmente pelos efeitos que podem trazer no curto prazo, além da MP da liberdade econômica.
Fonte: Abiquim Informa