O município de Niterói, no Rio de Janeiro, registra redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde foram liberados mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, segundo dados divulgados no fim de agosto pelo Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP) conduzida no Brasil pela Fiocruz.
A ação piloto começou em Niterói, por Jurujuba, em 2014, com a implementação do Método Wolbachia. Até o momento, foram contemplados 33 bairros, alcançando 373 mil habitantes.
“Esses números estão publicados em artigo científico e corroboram os dados do World Mosquito Program em outros países, como na Indonésia, onde houve redução de 77% dos casos e 86% das hospitalizações. Estamos muito satisfeitos em poder comemorar, agora com a população de Niterói, o sucesso dessa iniciativa”, destacou o líder do Método Wolbachia no país e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Não há modificação genética neste processo. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações, como é o caso das áreas de intervenção em Niterói.
Fonte: Fiocruz