“O tema de saneamento é uma das grandes oportunidades que temos como País não só para melhorar toda parte social, ambiental e econômica, como também pode ser um dos grandes vetores para nos ajudar neste momento pós-crise”, avaliou o presidente do Conselho Diretor da Abiclor e diretor-presidente da Unipar, Maurício Russomanno, nesta quinta-feira (22/10), em painel que integrou o Seminário Brasil Japão – Marco Regulatório do Saneamento, promovido em formato digital, com patrocínio da Unipar e apoio da Abiclor.
De acordo com estimativas da indústria, o novo marco regulatório do saneamento básico pode alcançar entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões em investimentos diretos, o que equivale entre R$ 45 bilhões e R$ 50 bilhões em investimentos por ano. “Hoje, no Brasil, investimos cerca de R$ 11 bilhões, um quinto dessa cifra, o que não é suficiente”, comparou o executivo, lembrando que existem hoje 30 milhões de pessoas sem acesso a água tratada e 100 milhões sem acesso a esgoto.
Para alcançar as metas de saneamento universal em 2033, que preveem 98% da população com tratamento de água e 90% com tratamento de esgoto, a indústria tem muitos desafios a serem superados, na avaliação de Russomanno, assim como terá a proteção e o direcionamento necessários com a aprovação do novo marco regulatório. Haverá impactos diretos em toda cadeia produtiva, que será responsável por construir e expandir redes de água e esgoto. “Precisamos construir tudo isso, então existem impactos diretos e objetivos em toda construção civil, indústria de materiais, segmentos que cuidam de projetos e empresas químicas, como as nossas, que vão fazer produtos para tratamento”, afirmou o executivo, além de ressaltar que outras indústrias, como as de turismo, ainda serão indiretamente impactadas.
Três aspectos são fundamentais para viabilizar o novo marco legal do saneamento básico, na visão de Russomanno. Além de finalizar a regulamentação e definir processos de financiamento, o presidente do Conselho Diretor da Abiclor destacou como condição essencial ter vontade política. “Isso não dependerá só dos políticos, mas de nós como sociedade, o que envolve as diversas áreas. Nós, como cidadãos, mantermos atenção no tema; como associações, continuarmos trabalhando ativamente”, frisou o executivo.