A falta de saneamento básico nas cidades pode afetar a economia nacional, por reduzir a produtividade do trabalhador, além de impactar o aprendizado de crianças e jovens, segundo estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em março, publicado pelo jornal O Globo. A pesquisa sugere que a queda na eficiência de trabalhadores e estudantes é causada por doenças provocadas pela ausência de saneamento, como as infecções gastrointestinais, que levam à diarreia e vômito.
Segundo o relatório “Benefícios econômicos da expansão do saneamento brasileiro”, a deficiência de infraestrutura influencia a posição do País nos principais índices de desenvolvimento, como o de mortalidade infantil e longevidade da população.
Conforme estimativas do estudo, 14,3 milhões de moradias não têm água encanada e 35,5 milhões de pessoas no Brasil vivem sem coleta de esgotos, informa reportagem do jornal O Globo. Essas informações foram adquiridas a partir da comparação de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil precisaria investir cerca de R$ 313 bilhões até 2033 para que o saneamento alcance 100% da população.
Os gastos com a falta de saneamento são mais comuns do que se imagina. Estima-se que ao ano as empresas gastem R$ 1,11 bilhão em horas não pagas trabalhadas. Além disso, trabalhadores sem acesso à coleta de esgoto ganham em média 10,1% menos do que aqueles com as mesmas condições de empregabilidade. Nas escolas, estudantes que moram em regiões com saneamento precário sofrem atraso na escolaridade comparado com estudantes com as mesmas condições socioeconômicas, mas que possuem saneamento.
Fonte: O Globo, 19/03/2014