A demanda do segmento de produtos químicos de uso industrial registrou o segundo declínio consecutivo em 2019, após ter crescido no biênio 2016-2017. O consumo aparente nacional (CAN) encolheu 7,3%, enquanto que em 2018 o recuo foi de 1,4%. A produção caiu 5,74% ante recuo de 4,23% no ano anterior e as vendas internas cederam 1,81% (queda de 0,9% em 2018), segundo dados consolidados do desempenho do setor em 2019, levantados pela Abiquim.
De acordo com a Abiquim, as principais razões para a queda no desempenho do setor foram a desaceleração econômica interna ao longo do ano – após estimativas iniciais indicando crescimento do PIB de 2019 superior a 2%, o ano acabou fechando com 1,1%, metade do que se previa – , as conturbações advindas dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China e a instabilidade em alguns países da América do Sul, que reduziram as compras advindas do Brasil.
Em 2019, o setor também registrou dois recordes negativos em sua série histórica de 30 anos. Os produtos importados responderam por 43% da demanda interna e o uso da capacidade instalada do setor ficou em apenas 70%, o que resultou na ociosidade recorde de 30%.
O ano de 2020 começou com um crescimento na produção de 8,80% em janeiro em relação a dezembro do ano passado, mas queda de 4,72% em comparação com janeiro de 2019. Mas em relação ao índice de vendas internas, janeiro teve um crescimento expressivo de 19,24% sobre dezembro e 4,64% acima de igual mês do ano passado. A utilização da capacidade instalada aumentou um pouco em relação à média de 2019 e fechou em 74%. Segundo a Abiquim, os dados acumulados dos últimos 12 meses encerrados em janeiro de 2020 apontam uma tendência de melhora, mas ainda não é possível dimensionar o impacto do coronavírus sobre o setor, especialmente entre os meses de março e abril.
Fonte: Abiquim Informa