O risco de racionamento de água e energia fez com que a indústria brasileira passasse a adotar medidas para reduzir possíveis danos. Setores como o químico e o automobilístico passaram a adotar o uso de geradores e caminhões-pipa enquanto outras empresas investem na geração própria de energia, informa o jornal Valor Econômico.
No setor químico, a água é um elemento indispensável. Ela é necessária para os sistemas de refrigeração. Ao Valor, Fátima Giovanni Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) observa que diversas companhias estão buscando maximizar a produção em locais que sofrem menos com a estiagem. “Sem refrigeração adequada não dá para produzir”, explica Fátima.
“Tememos os apagões porque as fábricas não podem sofrer paradas abruptas, e nem todas as plantas possuem geradores. Isso provocaria perdas de produção”, diz a diretora da Abiquim. “A energia no Brasil, além de insegura, é cara. Se houvesse estímulos para cogeração de energia, as empresas investiriam mais e poderiam aliviar o sistema”. A energia responde de 20% a 40% do custo de produção do setor.
O presidente da Anfavea, entidade que reúne as montadoras, Luiz Moan, afirmou ao jornal Valor que a economia de água e energia vem seito feita pelo setor há alguns anos, mas que a situação não deixa de ser preocupante. “A partir de 2012, essa economia deve ter sido maior, com o aumento do reuso de água, a captação de chuvas, a reciclagem da água de pintura e a instalação de placas solares em algumas unidades”, ressalta Moan.
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2014