O choque de energia competitiva prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 10 de março, trouxe esperança à indústria brasileira. Na entrevista, o ministro disse: “Vem aí o choque da energia barata em mercado. Isso vai permitir uma redução do custo de energia de quase 50%”. Segundo Guedes, o choque será semelhante ao que foi o shale gas (gás de xisto) nos Estados Unidos, e acrescentou que as conversas envolvendo órgãos do governo, alguns Estados, além da Petrobrás, já estão avançadas.
Liderada pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores (Abrace), as associações de consumidores de energia elétrica e gás natural, entre as quais a Abiclor, estão se organizando e solicitando reunião para registrar a convergência das entidades com as propostas do governo, como a abertura do mercado de gás natural e o fim do monopólio da Petrobras nesse segmento. Nesse sentido, a Abrace encaminhou na última sexta-feira, dia 15, cartas aos ministros Paulo Guedes (ME) e Bento Albuquerque, das Minas e Energia, e ao Vice-Presidente Mourão, solicitando uma reunião para tratar do assunto.
Na carta, a Abrace informa que cada R$ 1 a menos no custo da energia representa um aumento da riqueza nacional de quase R$ 4 bilhões em dez anos. “Preços competitivos de gás e energia podem agregar 1% de crescimento anual ao PIB e gerar 12 milhões de empregos no mesmo período”, diz o documento. Além disso, destaca que, para a indústria, a energia aumentou três vezes mais que a inflação desde 2000. No caso do gás, o aumento foi quase sete vezes superior à inflação no período.
Além da Abrace e da Abiclor, a carta é assinada por associações de indústrias de alimentos, têxtil, vidro, ferroligas, cerâmica, veículos, mineração, aço e de defesa do consumidor.