Com base nos dados da Prefeitura de São Paulo colhidos entre 2010 e 2011, uma pesquisa publicada na ”Brazilian Journal of Infectious Diseases” demonstrou que as ilhas de calor dos centros urbanos têm maior incidência de casos de dengue.
Conduzido na cidade de São Paulo, o estudo revela que a taxa de infecção é maior nas regiões com concentração de prédios, grande quantidade de asfalto e pouco arborizadas, que acabam tendo a temperatura mais elevada e, consequentemente, aumentam o risco de epidemias. Na capital paulista, as ilhas de calor estão nas regiões Leste, Norte e Central da cidade.
Ao analisar densidade populacional, condições socioeconômicas e cobertura vegetal, a temperatura foi a estatística mais importante. Segundo o principal autor do relatório, Ricardo Vieira Araujo, tecnologista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, “não fizemos a pesquisa pensando nas mudanças climáticas, mas ela traz um paralelo com um possível cenário de aquecimento e como ele influenciaria uma doença como a dengue”. Para ele, existe a preocupação de uma proliferação maior se as temperaturas continuarem aumentando.
No final do ano passado, a Universidade das Nações Unidas divulgou um alerta de que a intensificação das mudanças climáticas pode aumentar o risco de surtos de dengue. Outras pesquisas também fazem a correlação.
Fonte: O Globo, 18/04/15