Uma pesquisa publicada na revista cientifica The New England Journal of Medicine, por meio de ensaio clínico randomizado (RCT, sigla em inglês), mostrou redução de 77% dos casos de dengue em áreas da Indonésia que receberam o mosquito Aedes aegypti com Wolbachia, O mesmo estudo também revela redução de 86% das hospitalizações nas áreas tratadas com Wolbachia e a comprovação de que a eficácia do método é equivalente para todos os quatro sorotipos de dengue.
A técnica é a mesma utilizada no Brasil pelo Método Wolbachia, iniciativa conduzida pela Fiocruz.
O ensaio Aplicando Wolbachia para Eliminar a Dengue (Applying Wolbachia to Eliminate Dengue – AWED) foi realizado pelo World Mosquito Program da Universidade Monash, na Austrália, em parceria com a Indonésia Gadjah Mada University e doadores da Fundação Tahija. O objetivo era testar se a introdução de Wolbachia na população local de mosquitos Aedes reduziria a incidência de dengue confirmada entre pessoas de três a 45 anos que vivem em Yogyakarta, Indonésia.
Segundo Cameron Simmons, pesquisador da Universidade de Monash, na Austrália, e um dos coordenadores do estudo, o resultado demonstra que a Wolbachia pode ser um novo método para o controle da dengue seguro, sustentável e eficaz
No Brasil, o método Wolbachia é conduzido pela Fiocruz, financiado pelo Ministério da Saúde, com apoio de governos locais. Dados preliminares das ações, na cidade do Rio de Janeiro e em Niterói apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.
Atualmente, o projeto está em expansão para Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG). Na capital mineira, está sendo realizado um estudo clínico similar ao conduzido pelo WMP na Indonésia. A cidade é a primeira das Américas a acompanhar casos de dengue, zika e chikungunya por meio de um estudo clínico randomizado controlado (RCT, em inglês), em conjunto com o Método Wolbachia.
Fonte: Fiocruz