O Brasil poderia ter 13.712 leitos disponíveis por mês durante a pandemia de coronavírus, se não houvesse internações por doenças causadas pela falta de saneamento. Esta é a conclusão do Ranking ABES da Universalização do Saneamento, divulgado este mês pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).
Segundo o estudo, foram mais de 40 mil internações nos meses de janeiro, fevereiro e março. Foram avaliados dados de 1.857 municípios, representando cerca de 70% da população do país, com informações dos municípios brasileiros fornecidas ao SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento – para o cálculo de cada um dos cinco indicadores utilizados no estudo. As 27 capitais brasileiras estão presentes no ranking da ABES.
No primeiro trimestre do ano, o Brasil registrou mais de 41.136 internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) de transmissão feco-oral. Essas internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos SUS no período, por cerca de 3 dias e custaram R$ 16 milhões aos cofres públicos .As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores percentuais de ocupação no trimestre: 7,3% e 6,9%, respectivamente.
“O saneamento, que já havia entrado na pauta política e da mídia e nas discussões da sociedade, tem agora sua importância ainda mais evidente, com a pandemia de covid-19. Temos que insistir na informação de que saneamento é saúde”, afirma o presidente da ABES, Roberval Tavares de Souza.