Conforme informações preliminares, os índices de volume de vendas internas e de demanda nacional de produtos químicos de uso industrial tiveram resultados negativos entre janeiro e outubro deste ano. As vendas internas recuaram 5,17%, enquanto a demanda nacional por produtos químicos, medida pelo Consumo Aparente Nacional (CAN), teve retração de 6,0% no acumulado de janeiro a outubro, sobre iguais meses do ano passado.
De acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o aprofundamento do quadro recessivo interno, especialmente no terceiro trimestre do ano, ocasião em que se concentra o maior volume de produção, vendas e demanda de todo o ano na indústria química, teve forte impacto sobre esses resultados. Ainda, é de se destacar o esforço das empresas, que estão buscando o mercado externo como alternativa para manter a produção em níveis seguros, mesmo que com margens reduzidas. Entre janeiro e outubro, as exportações cresceram expressivos 14,9%, em volume, sobre igual período de 2014, com impacto direto no índice de produção, que teve alta de 0,89%, no mesmo período de observação.
Para Fátima Giovanna, a falta de competitividade do produtor local, especialmente pelo elevado custo Brasil, associada ao cenário econômico recessivo e de agravamento da crise política nacional, trouxe fortes impactos ao setor. “As expectativas são de que o País terá três anos consecutivos de recuo no PIB [2014, 2015 e 2016], mas a incógnita que se coloca é: quanto tempo o Brasil levará para se recuperar desse declínio e voltar a crescer em termos reais?”, questiona a diretora da Abiquim. Segundo a economista, ainda é preciso lembrar que a química tem forte correlação com o desempenho do PIB e, para os próximos meses, deverá ser somado mais um ingrediente negativo – o temor de novos ataques terroristas e como essa questão se refletirá na economia global.
Na opinião da diretora, a adoção de medidas adequadas e que deem previsibilidade de longo prazo são essenciais para ajudar o País a voltar para a trajetória de crescimento e, em meio ao cenário recessivo atual, o Governo Federal ainda anunciou o pacote de ajuste fiscal. “A pretendida redução em 50% do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), já em 2016, bem como o fim do regime em 2017, além da redução da alíquota do Reintegra e a possibilidade de elevação da carga tributária elevam a desconfiança das empresas e afastam possíveis investimentos”, afirma.
Fonte: Informativo Abiquim