O Brasil já concentra 88% dos casos de chikungunya nas Américas, de acordo com a Organização Pan-americana de Saúde, informa o jornal Folha de S.Paulo.
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a chikungunya não tem cura, somente medicação para alívio da febre e das dores intensas –e muitas vezes incapacitantes, principalmente nas articulações de pés e mãos.
A preocupação dos especialistas é que a situação piore no verão e sobrecarregue ainda mais os serviços de saúde. Pelo menos 20% dos casos deixam sequelas crônicas, como artrites e artroses.
De janeiro a junho, o número de casos notificados no País foi quase dez vezes superior ao de igual período de 2015 – 170 mil, contra 17 mil. Já há 38 mortes, contra seis no ano passado todo.
A região Nordeste apresenta a maior taxa de incidência da febre chikungunya: 267,8 casos por 100 mil habitantes –contra 27,9 em 2015. No Sudeste, a incidência também disparou –de 0,2 casos por 100 mil para 11,5.
Os dados mostram que o vírus se espalhou: 2.154 dos 5.570 municípios brasileiros têm notificações. No ano passado, eram 696.
O Ministério da Saúde diz que o aumento de casos era previsto por se tratar de doença recente, identificada no Brasil em 2014. Afirma que o SUS disponibiliza acesso integral aos tratamentos para os pacientes com chikungunya.
“O país precisa se preparar rapidamente para lidar com as complicações a longo prazo. São artrites incapacitantes, que interferem no dia a dia, na vida profissional das pessoas”, diz o infectogista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses.
Ao menos três Estados do país (Bahia, Paraíba e Pernambuco) já registraram casos de transmissão da febre chikungunya da gestante para o bebê.