O Brasil continua longe do Plano Nacional de Saneamento, de universalizar os serviços de saneamento básico até 2033. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que uma alternativa viável para chegar nesta meta é o aumento da participação de empresas privadas no setor, como já acontece em países como Alemanha, Inglaterra e Chile que são considerados referência neste quesito.
O trabalho revela que o Brasil está 20 anos atrasado, pois no ritmo atual só se conseguiria chegar ao plano ideal de saneamento em 2052. Em comparação com outros países que possuem renda per capita menor que o Brasil, como Argentina e Uruguai, há uma enorme desproporção. Já que mesmo com o PIB inferior eles possuem um serviço de saneamento universalizado.
Três elementos são indispensáveis para se alcançar o ideal do setor: planejamento, regulação e gestão. Mas o ingrediente chave para as melhorias desses três aspectos seria a maior participação do setor privado, destaca o estudo que examinou sete países eficientes em saneamento básico: Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, México e Inglaterra e evidenciou que, em sua maioria, há concessionárias privadas de água e esgoto.
A CNI defende que o Brasil importe exemplos internacionais para melhorar seus índices de saneamento. Na Alemanha, por exemplo, o índice de desperdício de água é de 6,8%, onde 60% tem participação de empresas privadas. Já o Chile, possui 94% do volume de água executado por participação privada e tem quase 100% de saneamento. “É preciso haver uma mudança significativa do investimento em infraestrutura no Brasil, levando o protagonismo para o setor privado, que tem muito a contribuir para a expansão dos serviços de saneamento, com investimentos e modelos eficientes de gestão. A expansão do saneamento representa ganhos diretos na saúde da população”, afirma Wagner Cardoso, gerente-executivo de Infraestrutura da CNI.
Outro fato que ressalta o argumento do estudo são os municípios que têm prestadoras privadas e possuem resultados 10% melhor que os gerenciados por organizações públicas. O que nos leva a crer que a privatização do sistema de saneamento traz melhorias reais ao setor.
Fonte: Agência CNI de notícias