Entre os elementos químicos que resultam na salinidade das águas do mar, o cloro é o mais presente, combinado principalmente com o sódio, na forma do cloreto de sódio (NaCl), mas também combinado com o potássio, cálcio e magnésio, formando cloretos. A quantificação dos elementos químicos que naturalmente compõem a água do mar aponta a média de 1,93% de cloro em cada porção – como a apresentado em catalogação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Outros sais encontrados nas águas marinhas se devem à presença de bicarbonatos, carbonatos e sulfatos, combinados com potássio, cálcio e magnésio. Juntos, esses elementos químicos resultam em características importantes para uma série de ecossistemas e formas de vida marinhas e até para o funcionamento de grandes e extensas correntes oceânicas.
A relação da salinidade da água com esse último fenômeno é conhecida e documentada há décadas e foi mais uma vez evidenciada no estudo “A Física da Circulação Oceânica”, publicado pela Harvard University: “A formação dessas correntes oceânicas é impulsionada principalmente pela densidade, que depende da temperatura e salinidade. […] Esse processo pode ser visto nas regiões polares, onde o gelo marinho se forma devido à baixas temperaturas, aumentando a salinidade da água circundante, fazendo com que ela afunde.”
Oceanógrafos, como a equipe da Universidade da Califórnia – San Diego, afirmam que “os rios mais longos e importantes do planeta são as correntes oceânicas”. A vida marinha depende dessas “rotas d’água” para a existência e a perpetuação. Inúmeras espécies migram para procriar e buscar alimento e tiram proveito do impulso do fluxo de água para facilitar o deslocamento por longas distâncias.
A diferença de salinidade entre os três oceanos é decisiva para a formação das correntes oceânicas, sendo o Atlântico o mais “salgado”, seguido pelo Índico e o Pacífico. Essa diferença na concentração do cloreto de sódio e outros sais se deve às características geológicas de cada região do planeta. Erupções vulcânicas submarinas e a erosão que as chuvas provocam nas rochas, cujo material é carregado para o mar pelos rios, são a principal fonte desses sais.
“O cloro é um elemento presente nas nossas vidas em uma série de avanços civilizatórios, como água tratada e medicamentos. Ao observar a natureza, também constatamos que o cloro é relevante para o equilíbrio de ecossistemas e uma infinidade de processos químicos e físicos naturais”, conclui Milton Rego, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).