Três anos após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale anunciaram um acordo para implantação do projeto Wolbachia, método que utiliza uma bactéria para impedir a transmissão de doenças ligadas ao Aedes.
De acordo com o termo de compromisso assinado, será construída uma biofábrica em Belo Horizonte, em um terreno cedido pelo governo estadual. O local será usado para a reprodução controlada dos mosquitos, que posteriormente serão liberados já com a bactéria em seu organismo. Eles serão soltos nos diversos municípios atingidos. A construção da biofábrica deve levar 15 meses.
O uso da bactéria Wolbachia no controle das arboviroses como dengue, zika e febre chikungunya começou na Austrália e já é adotado em 11 países a partir do World Mosquito Program (WMP), uma articulação internacional de diversas instituições científicas. No Brasil, ele é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o apoio do Ministério da Saúde. Os trabalhos começaram em 2015 em duas áreas pequenas: em Jurujuba, bairro de Niterói, e em Tubiacanga, no Rio de Janeiro, e por causa dos bons resultados está sendo expandido para outras cidades brasileira.
O projeto tem demonstrado sustentabilidade: a fêmea do Aedes que possui a Wolbachia em seu organismo é capaz de transmiti-la a todos os seus descendentes, mesmo que se acasale com machos sem a bactéria. Além disso, quando apenas o macho tem a Wolbachia, os óvulos fertilizados morrem. Dessa forma, a bactéria é transmitida naturalmente para as novas gerações de mosquitos. Segundo a Fiocruz, a Wolbachia, está presente naturalmente em 60% dos insetos, mas não no Aedes aegypti.
Fonte: Agência Brasil