O Banco Central (BC) aumentou a projeção para a expansão do crédito este ano de 7,6% para 11,5%, segundo Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira. “O aumento decorre, principalmente, da demanda acentuada de crédito das empresas, que vem sendo atendida tanto pela expansão do crédito livre como pelo crédito direcionado, no último caso voltado principalmente para as empresas de menor porte”, informa o BC.
A projeção para o crescimento do crédito livre para as empresas passou de 15,6%, previstos em junho, para os atuais 20%. “No segmento de recursos livres para pessoas jurídicas, o ajuste na projeção para 2020 se fundamenta pelas condições mais acessíveis de financiamento, com destaque para a taxa de juros na mínima histórica, e pela melhora nas expectativas de recuperação da atividade econômica”, afirma o BC.
No caso dos empréstimos com recursos direcionados para as pessoas jurídicas, a projeção de crescimento subiu ainda mais: de 1% para 11%. Segundo o banco, a nova estimativa reflete o efeito dos programas emergenciais de crédito para as empresas.
Segundo o BC, os empréstimos a pessoas físicas livres devem apresentar desaceleração em 2020, influenciada, entre outros fatores, pela modalidade cartão de crédito à vista, “fortemente afetada pela queda nos gastos dos consumidores de alta renda”. A projeção para o ritmo de expansão do crédito livre para as famílias em 2020 foi mantida em 6,5%.
O crescimento esperado dos financiamentos às famílias com recursos direcionados foi revisado de 5% para 9,5%. “As concessões de financiamentos imobiliários, principal modalidade do grupo, surpreenderam positivamente, apresentando evolução positiva após abril, impulsionadas pela queda nas taxas de juros. As renegociações e as postergações nos pagamentos de parcelas também contribuíram para o crescimento do saldo de crédito no primeiro semestre”, afirmou o relatório.
A projeção do BC para o crescimento do crédito em 2021 é de 7,3%, “desempenho liderado pela retomada do crédito às pessoas físicas (9%), e que incorpora desaceleração do crédito às empresas (5,1%)”.
Fonte: Agência Brasil