Seja dessalinizando a água do mar ou tratando esgoto, Israel passou a produzir artificialmente quase metade de sua demanda hídrica. Com essas soluções o reúso tem viabilizado, inclusive, a agricultura no deserto. Segundo especialistas, essas medidas também podem ser aplicadas em São Paulo.
O esgoto, captado nas casas de todo o país, passou a ser usado na produção de água de reúso – são 450 bilhões de litros por ano, que acabam abastecendo metade das plantações do país. Essa medida faz parte de um conjunto de ações que, em menos de uma década, tirou Israel, um país com 60% de seu território formado por deserto, da crise hídrica.
Para suprir o déficit, o país passou a produzir artificialmente quase metade de sua demanda. Dessa forma, produz o equivalente a mais de um sistema Cantareira (900 bilhões de litros) ao ano. A produção anual de Israel é de quase 2,2 trilhões de litros.
De soluções administrativas sem custo às mais caras, especialistas israelenses afirmam que várias opções poderiam ajudar o Estado de São Paulo a resolver a falta de água em médio prazo. Abraham Tenne, da Autoridade Hídrica de Israel, visitou o Brasil recentemente e diz que São Paulo teria opções mais baratas antes de apelar para a dessalinização. “Também é preciso evitar contaminação dos rios, para não ter de gastar muito para descontaminá-los”, diz Tenne.
Fonte: Folha de S. Paulo, 28/06/2015