A demanda por produtos químicos de uso industrial caiu 3,1% de janeiro a maio de 2015, sobre igual período do ano passado, é o que indica o levantamento preliminar da Equipe de Economia e Estatística da Abiquim. Nesse período, as vendas ao mercado interno de produtos fabricados no País caíram 2,1% e as importações exibiram redução de expressivos 16,5%. Conforme explica a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, como a química está presente na base de inúmeras cadeias industriais que suprem clientes de uso final, seu desempenho é relevante indicador antecedente da atividade econômica, que não dá sinais de melhora para o mercado interno, pelo menos no curto prazo. “Em paralelo à redução da demanda direta por produtos químicos, tem sido fator de preocupação a possível substituição da demanda desses produtos por importação de bens acabados”, comenta a diretora da Abiquim.
Por outro lado, de janeiro a maio, o índice de produção exibiu elevação de 3,06%. Além da base deprimida de comparação, a alta é explicada pelo significativo aumento das exportações (+20,6%) nos primeiros cinco meses do ano. Esse fator, segundo Fátima Giovanna, ajudou a manter o nível de utilização da capacidade instalada estável, em 79%. Como o segmento opera em processo contínuo, a busca por mercados alternativos, ainda que não remunerem as empresas brasileiras adequadamente, é um caminho natural para, pelo menos, manter-se a atividade em níveis seguros de produção.
Além da crise na indústria local, a elevação dos custos de produção no mercado interno, especialmente daqueles decorrentes da energia (elétrica e gás natural) e das matérias-primas, bem como as deficiências logísticas e a alta carga tributária, têm impactado direta e indiretamente o segmento de químicos de uso industrial. “O setor carece de ações que estimulem as atuais plantas a retornarem suas operações, bem como medidas estruturantes, que atraiam investimentos. O País tem vocação natural para a química e sua situação será ainda mais promissora quando as riquezas do pré-sal puderem ser convertidas em produtos de maior valor agregado. Nesse contexto, a química, sem dúvida, terá papel primordial”, conclui Fátima Giovanna.