Abiclor

Empresas encontram oportunidades no tratamento de esgotos

Mais de 100 milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto e apenas 39% dele é tratado no País, segundo dados do Ministério das Cidades. Isso significa que há oportunidades de negócios para a inovação do setor, conforme reportagem do jornal DCI.

Segundo o gerente técnico do Portal Tratamento de Água, André Tuon, uma estratégia que poderia mudar o panorama no segmento seriam as parcerias público-privadas (PPPs). “São um modelo de contrato e uma alternativa para evitar problemas com as licitações, já que, nestes casos, evitam-se esses processos”, explica. Outra alternativa é o retrofitting. Na busca pela eficiência, profissionais têm investido na modernização de tecnologias ultrapassadas a fim de permitir oportunidades para o reúso e melhorias na qualidade dos mananciais.

Apesar da movimentação para melhorar as técnicas, ainda falta muito para o País se destacar em termos de tratamento de água e esgoto. O Plano Nacional de Saneamento Básico estima que são necessários R$ 303 bilhões até 2033 para universalizar esses serviços, ou seja, R$ 15 bilhões anuais. Hoje, entretanto, o investimento é próximo de R$ 10 bilhões (números de 2013).

Não há dados exatos dos investimentos feitos em 2014, mas a cifra deve ser similar a de 2013. Em 2015, certamente teremos queda nos aportes, devido aos agravamentos econômicos, declarou ao jornal DCI o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
Segundo o executivo, municípios como Franca, Limeira e São José do Rio Preto, em São Paulo; Maringá e Curitiba, no Paraná, e Niterói, no Rio de Janeiro têm indicadores acima da média no País. Já na Região Norte, a população tem os piores níveis, sobretudo Porto Velho (RO), Belém (PA) e Ananindeua (PA), onde quase não há coleta de esgotos e tratamento. “A causa do descaso é questão política e social. O cidadão que não cobra o saneamento e o político vê as obras com baixo poder eleitoral.” Para Carlos, no Brasil o setor público e privado devem se misturar. “Um precisa de comprometimento e eficiência e o outro de capilaridade e experiência para fornecerem maior qualidade à população.”

Fonte: DCI, 02/06/2015