O município de São Paulo registrou 2.438 casos confirmados de dengue, de 4 de janeiro a 28 de fevereiro. São 1.883 casos autóctones – contraídos no próprio município – e 555 importados. A quantidade é aproximadamente três vezes maior à registrada no mesmo período do ano passado.
Uma morte foi confirmada, em decorrência da doença, e dois óbitos estão sendo investigados. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Secretaria Municipal da Saúde, e o secretário adjunto de Saúde, Paulo Puccini, considerou “elevada” a quantidade de casos.
“Vivemos uma situação inusitada, de ocorrência e intensificação da dengue no Brasil, e no estado de São Paulo em particular, que também atingiu de forma forte o município de São Paulo. O município tem muitas particularidades pelas quais a situação da dengue aqui poderia estar muito pior, como a alta movimentação da população”, disse.
Puccini ressaltou que, historicamente, o período mais grave, com maior número de infectados, é nos meses de maio e junho. Segundo ele, a prefeitura não descarta a construção de centros de atendimento temporários, para auxiliar no tratamento dos pacientes, caso haja necessidade nas regiões mais afetadas.
A região norte da cidade continua a concentrar o maior número de infectados no município: 43,5 casos para 100 mil habitantes, seguida da zona sul (12,4 a cada 100 mil). Segundo o secretário, um dos fatores que colabora para o aumento do número de casos da doença é a crise de abastecimento de água, que afeta principalmente a zona norte da capital paulista.
“Eu posso falar que a crise hídrica é responsável por parte do aumento da dengue no município de São Paulo. Recipientes de armazenamento de água, que não eram usados no passado, passaram a existir como criadouros [do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue] de forma muito expressiva. A dengue vem se manifestando sobretudo na zona norte, que é área mais penalizada pela falta de água”, destacou.
Em fevereiro, o uso de baldes e regadores para armazenamento de água – encontrados cheios pelos agentes da prefeitura (2.373 casos) – cresceu 212,7% em comparação a outubro de 2014, segundo levantamento da secretaria. Caixas não ligadas à rede também tiveram alta expressiva de 135,3% (991 casos).
Fonte: Agência Brasil, 12/03/2015