Estudo do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que a qualidade da água distribuída aos moradores de Porto Alegre é a pior entre 20 capitais do País. Foi detectada a presença de “interferentes endócrinos” nas amostras. Ainda assim, pode se considerar a água potável e de acordo com os requisitos do Ministério da Saúde.
Os interferentes endócrinos encontrados nas amostras são substâncias que afetam o sistema hormonal de seres vivos e pode causar sérios à saúde. Não existem leis que restrinjam o uso desta água, porém, os especialistas afirmam, que, se consumida em larga escala e por período longo, pode causar doenças como diabetes, obesidade e câncer.
A Unicamp coletou amostras de mananciais e de água tratada. O nível de cafeína foi usado como indicador da presença de contaminantes que têm ação estrógena, um efeito semelhante ao do hormônio feminino. Porto Alegre aparece com 2.257 nanogramas de cafeína por litro, bem próximo ao máximo recomendado (2.769 ng/l). O mínimo, segundo a pesquisa, é de 1.342 ng/l. Campo Grande é a segunda colocada, com 900 ng/l, seguida de Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória.
O estudo ressaltou que em mananciais europeus, por exemplo, é difícil encontrar níveis de cafeína acima de 20 ng/l. “Em termos de contaminantes emergentes, no Brasil, bebemos água com qualidade comparável à da água não tratada lá de fora”, comparam os especialistas.
Resposta do Dmae
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre garantiu que a água tratada e distribuída na cidade não está contaminada. A possibilidade da presença de hormônios e fármacos, considerados contaminantes emergentes, que seria caracterizada pela detecção da cafeína, levou o Dmae a contratar um laboratório para analisar a existência destes contaminantes na água bruta e tratada. Nada foi detectado”, garante o departamento na nota de esclarecimento.
Ainda segundo o Departamento, os laboratórios realizam monitoramento regulares da qualidade da água, desde o manancial de captação, no Guaíba, até a água que chega às residências.
“A qualidade da água é fiscalizada pela vigilância sanitária que confere a potabilidade da água segundo os padrões estabelecidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. O processo de tratamento de água está certificado pela ISO 9001”, acrescenta a nota.
Fonte: Portal G1 Rio Grande do Sul