Estudo divulgado na semana passada pelo Instituto Trata Brasil “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2018”, realizado em parceria com ABCON e elaborado pela consultoria EXANTE, mostra os benefícios econômicos e sociais da expansão dos serviços de água e esgotos no País. Os investimentos feitos e o maior acesso das pessoas ao saneamento trazem ganhos concretos, especialmente nos setores da saúde, educação, turismo, valorização imobiliária e produtividade do trabalhador.
Para estimar o efeito do avanço no saneamento sobre a produtividade do trabalho no período de 2004 e 2016 foram empregadas informações das pesquisas por amostra de domicílios do IBGE. Com base no modelo estatístico de determinantes da produtividade e da remuneração do trabalho, estima-se que houve um aumento de produtividade devido à dinâmica do saneamento. O valor presente do aumento de renda do trabalho com a expansão do saneamento no período foi de R$ 33,551 bilhões, que resultou num ganho anual de R$ 2,581 bilhões. Com base nesse modelo estatístico, estima-se que a universalização do saneamento no Brasil país deve expandir a produtividade do trabalho de maneira expressiva nesses vinte anos. O valor presente do aumento de renda do trabalho esperado para o período de 2016 a 2036 é de R$ 190,374 bilhões, o que resultará num ganho anual de R$ 9,519 bilhões. O avanço mais rápido do saneamento nos próximos anos implicará, portanto, num ritmo anual de expansão da produtividade 267% superior ao observado no período de 2004 a 2016.
Na construção civil estima-se que, na média do período, as obras de saneamento básico sustentaram quase 69 mil empregos diretos por ano.
Os empregos diretos, indiretos e induzidos no total investido em saneamento sustentaram, entre 2004 e 2016, 142 mil empregos por ano e geraram R$ 13,6 bilhões/ano de renda na economia brasileira.
Isso significa que para cada R$ 1,00 investido em obras de saneamento, foi gerada uma renda de R$ 1,22 na economia, o que mostra o efeito multiplicador dos investimentos em saneamento.
Na arrecadação de impostos e contribuições, uma parcela da receita das empresas que constroem as redes de água e de coleta de esgoto e daquelas que operam o saneamento é diretamente recolhida aos cofres públicos na forma de impostos e contribuições sobre a produção. Nessa categoria de tributação estão o ICMS, PIS e Cofins.
No caso das obras de infraestrutura de saneamento, a carga tributária foi de 5,5% do faturamento bruto das construtoras. Aplicando esses porcentual à receita bruta com saneamento, estima-se uma arrecadação de R$ 9,33 bilhões por ano, em média, entre 2004 a 2016.
Fonte: Trata Brasil