Abiclor

Fogos de artifício: o espetáculo dos cloretos

As festividades de Ano Novo são repletas de simbolismos nas mais variadas culturas, com rituais de boa sorte, promessas e desejos. A data é celebrada no Ocidente desde a Roma Antiga e tem origem em um decreto do governador Júlio César, que fixou o 1º de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, deus dos portões, o guardião das entradas e saídas – é daí que vem o nome do mês de janeiro.

Para celebrar esta passagem e atrair boas energias no novo ciclo, os fogos de artifício são uma das tradições mais disseminadas. Em diversos países, os espetáculos de pirotecnia iluminam os céus. Não se sabe exatamente quando surgiu essa técnica de fabricação de explosivos coloridos. Acredita-se que tenha surgido há mais de 2000 anos, na Ásia, quando alquimistas manipulavam fórmulas que misturavam salitre, enxofre e carvão. Registros indicam que, no Brasil, os fogos de artifício teriam se popularizado com a chegada da família real, em 1808.

Mas afinal, como são produzidas as cores dos fogos de artifício? Como em quase tudo na vida, o segredo está na química, e conta com uma importante participação da indústria do setor de cloro-álcalis.

A coloração que vemos durante a queima dos fogos é produzida a partir do uso de diferentes sais em reação ao calor liberado nas explosões da pólvora. A cor vermelha, por exemplo, é produzida utilizando-se sais de estrôncio ou de lítio. Já o laranja, em geral, é produzido a partir dos sais de cálcio, entre eles o cloreto de cálcio. Para o amarelo, é usado o cloreto de sódio, para o verde o cloreto de bário e o azul vem do cloreto de cobre.

Alguns desses sais são encontrados na natureza e são obtidos diretamente pela extração ou mineração. Já outros precisam ser produzidos e fornecidos pelas indústrias de cloro-álcalis utilizando-se diferentes metodologias, entre elas o processo conhecido como eletrólise, que consiste na passagem de corrente pela salmoura, solução de água e de sais.

A pirotecnia exige conhecimentos químicos avançados. Não basta misturar os insumos de forma aleatória. Para garantir um belo espetáculo durante a queima dos fogos de artifício é preciso seguir as instruções do fabricante, verificar a data de validade do produto e manusear os fogos com responsabilidade. “Sempre que lidamos com reações químicas, a segurança precisa estar em primeiro lugar”, explica Milton Rego, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).

O brilho e o som

O estampido dos fogos de artifício causa muita polêmica por conta dos impactos causados em animais, especialmente aqueles que possuem uma audição apurada, como os cães. Por conta disso, muitas cidades têm restringido o uso de fogos com estampido. Mas isso não significa o fim do espetáculo. Há diversas opções de fogos que produzem apenas efeitos visuais, sem estampido ou com barulho de baixa intensidade. Segurança, responsabilidade e respeito aos animais são, afinal, a receita de outro para começar o Ano Novo com o pé direito!